A fuga dos quadros na Guiné-Bissau

Por Miguel Vicente Datchuplam 



A fuga dos quadros tem sido um dos maiores desafios que a Guiné-Bissau enfrenta. Jovens formados, cheios de sonhos e com vontade de contribuir para o desenvolvimento nacional, acabam por abandonar a pátria em busca de melhores condições de vida no estrangeiro. Essa realidade dolorosa empobrece ainda mais a nossa nação, não apenas em termos económicos, mas sobretudo em termos humanos e intelectuais.

Num país onde os recursos naturais abundam, mas as oportunidades escasseiam, a frustração cresce. Muitos quadros recém-formados deparam-se com a falta de emprego digno, salários baixos, ausência de incentivos e uma administração pública marcada pela corrupção e favoritismo. Como esperar que esses jovens permaneçam se não são valorizados nem respeitados?

A fuga dos cérebros representa uma perda dupla: investimos na formação desses profissionais e depois perdemo-los para países que reconhecem o seu valor. Médicos, professores, engenheiros, juristas — todos fogem em busca de dignidade, justiça e reconhecimento. Enquanto isso, o país afunda-se na carência de serviços básicos e qualificados.

É urgente criar políticas públicas que valorizem os quadros nacionais. Precisamos de condições de trabalho justas, oportunidades reais de progressão profissional e um ambiente que motive os jovens a sonharem dentro do seu próprio país. Não basta apelar ao patriotismo; é preciso construir um país onde valha a pena viver, trabalhar e lutar.

A fuga dos quadros não é culpa de quem parte, mas sim de um sistema que não soube cuidar de quem estudou. Chegou a hora de mudar esse destino.

 Valorizar os nossos quadros é investir no futuro da Guiné-Bissau.

Chegou a hora de mudar esse destino.

Comentários

  1. Concordo plenamente contigo chegou a hora de os jovens serem livres para serem felizes com os nossos direitos no país.

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